2001 - Uma Odisseia no Espaço e o silêncio
Em 1968, a história do cinema passava por um evento inédito. A MGM, estúdio o qual era considerado pelos críticos e estudiosos do cinema a casa do realismo romântico, financiou um filme que possuía um final inteiramente abstrato: 2001 – Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick.
Porém, uma das cenas mais negligenciadas de 2001 é a que considero a mais importante. A mais aterrorizante, de todo cinema. O personagem de Gary Lockwood, Frank Poole, tem que realizar reparos extra veiculares e, enquanto navega até o lugar danificado, seu módulo de transporte (controlado pelo computador HAL 9000) corta seu suprimento de oxigênio e o deixa a deriva.
Os segundos que se seguem são de puro terror: o espaço infinito, a escuridão, o silêncio. Não há como argumentar contra o silêncio. A ausência de comunicação (escarça no filme por meio de diálogos) causa desconforto no público e é uma experiência raramente encontrada em filmes. Somando isso ao cenário de imensidão e escuridão, leva o espectador a pensar não apenas na mensagem ali passada mas na existência como um todo.
Mesmo assim, a cena é curta. Essa quebra é
muitas vezes esquecida, se analisada ao lado do final do filme. Talvez seja
para o melhor.